sábado, 24 de maio de 2014

Pigmentos e sua história.

            Pigmentos naturais são utilizados desde a pré- história, ou seja, mais de 30 mil anos. Estes eram principalmente de origem inorgânica, já os materiais de origem orgânica eram denominados corantes.
            Estes não são utilizados apenas para dar coloração, mas também para dar textura e no caso das tintas ajudam em sua secagem.
            A principal propriedade do pigmento é sua cor, mas este deve também ser resistente à luz, ar e umidade, para que o trabalho perdure dos muitos anos.

            Os pigmentos considerados mais importantes na história da pintura são azul ultramarino, o cinábrio, a azurita e a malaquita, a terra verde e os ocres.  

Azul ultramarino:
 Pedra Lápis-Lazúli e seu pigmento azul ultramar. Fonte: Moda, moda, moda e Tríplice cor.


            Um dos mais importantes pigmentos, sendo este, originado de uma pedra semipreciosa o lápis-lazúli. Seu nome ultramarino, indica que vinha do outro lado do mar, pois durante muitos séculos era trazido exclusivamente do Afeganistão.
            É uma rocha constituída de vários minerais e sua coloração azul é resultado da presença de lazurita, com a seguinte fórmula química (Na,Ca)8[(SO4, S,Cl)2|(AlSiO4)6].
   Caso não seja separado dos minerais calcita (CaCO3, que possui coloração branca) e pirita (FeS2, com coloração amarela), seu pigmento será azul acinzentado e não seu azul vivo tão apreciado.

Azul ultramar acinzentado. Fonte: Tríplice cor.
            Seu elevado valor fez com que se tornasse um pigmento especialmente utilizado nos motivos mais importantes das pinturas, precisamente porque essa era a cor do pigmento mais precioso. Nos séculos XIV a XVII correspondem ao período em que teve maior importância. Com o surgimento de outros pigmentos azuis, sintéticos, muito mais econômicos, especialmente o azul da Prússia (sintetizado pela 1.ª vez entre 1704 e 1707), o azul de cobalto (1802) e, finalmente, o azul ultramarino sintético (1828).
A criação de sua coloração sintética foi resultado de um concurso realizado na França. O desaparecimento da paleta dos pintores ocorreu gradualmente com o surgimento da pintura a óleo.

Cinábrio:
Rocha de Cinábrio e seu pigmento vermelhão. Fontes :ULBRA  e Pictorpedia.

            Sua história é semelhante a do azul ultramarino, sendo que foi um pigmento de luxo e atualmente sua variedade sintética, conhecida como vermelhão, é mais utilizada.
Composto muito utilizado nas pinturas rupestres. Na Idade Média, usado para iluminar manuscritos e como corante de vedação para documentos ( mistura com cera de abelha).
 Apresenta a fórmula química HgS ( sulfeto de mercúrio), tendo 85% de mercúrio e 15% de enxofre.
            Sua preparação artificial era conhecida desde o século VIII e com a mistura de mercúrio e enxofre, rapidamente foi substituído pela natural.

Azurita e Malaquita:
Rocha de azurita e malaquita e seus pigmentos azul e verde. Fonte: Mundo dos cristais e Kremer pigmentos.

                As rochas azurita com coloração azul e a malaquita de cor verde são utilizados como pigmentos. Apresentam semelhanças em suas propriedades e utilização, pois tem a mesma composição química, são carbonatos básicos de cobre.
A azurita apresenta a fórmula 2CuCO3·Cu(OH)2 e a malaquita CuCO3·Cu(OH)2.
                A malaquita foi pouco utilizada no Ocidente, já a azurita foi um dos principais pigmentos azuis medievais e para obter coloração verde, este era misturado a corantes amarelos.
 Até o final do século XVII, já haviam sido substituídos por novos pigmentos, como o azul da Prússia. Outro fato interessante é que apresentam coloração pouco intensa e a medida que são triturados, ficam mais claros. Por este motivo, deveriam ser utilizados com granulometrias maiores, o que deixavam as tintas com texturas grosseiras e cores acinzentadas, não agradando os pintores.

Ocres e Terras:
Minerais Goetita e Hematita e seus respectivos pigmentos. Fontes: Gemme e Cristalli, Swewe, Natural pigments e Tríplice cor.
            
            A grande maioria das terras tem cores que vão do amarelo ao vermelho, passando assim, pelo castanho.Seus pigmentos correspondem a materiais de natureza argilosa e sua cor ocasionada por minerais de ferro, sendo estes a goetita ((α-FeO(OH), constitui a coloração do ocre amarelo),  hematita (Fe2O3, o responsável pela cor do ocre vermelho). A coloração ocre castanho é uma mistura de goetita e hematita.
            Estes pigmentos são muito estáveis e podem ser utilizados em qualquer técnica de pintura, sendo empregados em todas as épocas. No entanto, nos séculos XVII e XVIII, eram predominantes as colorações ocres, castanhos. 


Referências:
CRUZ, António João. Os pigmentos naturais utilizados em pintura. Disponível em:<http://ciarte.no.sapo.pt/textos/fichas/200701.html> Acessado em: 19/05/2014.
BRANCO, Pércio de Moraes.  Os Pigmentos Minerais. Disponível em:<
http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1263&sid=129> Acessado em: 19/05/2014.

Imagens:

Lápis Lazuli:
SALGUEIRO, Juliana. Roxo é cor de rico e azul é cor de pobre. Disponível em:<  
 http://modamodamoda.com.br/roxo-e-cor-de-rico-e-azul-e-cor-de-pobre/> Acessado em: 23/05/2014.
MENDES, Yara. Conheça a história do azul ultramarino. Disponível em:<
http://www.triplicecor.com.br/corantes/pigmentos/conheca-a-historia-do-azul-ultramarino/> Acessado em: 23/05/2014.

Cinábrio:
VIRGINIS, Lucius Pictor. Canabrio. Disponível em:
< http://www.pictorpedia.com/cinabrio-3/> Acessado em: 23/05/2014.
Laboratório de Geologia e Mineralogia. Disponível em:< http://www.ulbra.br/mineralogia/colecao/cinabrio.htm> Acessado em: 23/05/2014.

Malaquita e Azurita:
Kasparov, Daniela. Mundo dos cristais. Disponível em:<
 http://mundodoscristais.com/tag/malaquita/> Acessado em: 23/05/2014.
Kremer Pigmente. Azurita Gunjyou número 12. Disponível em: Acessado em: 23/05/2014.
Kremer Pigmente. Malaquita Matsuba Rokusyou número 12. Disponível em: Acessado em: 23/05/2014.

Ocre e Terra:
Gemme e Cristalli. Goetite. Disponível em:< http://www.gemmeecristalli.com/prodotto-142965/GOETITE.aspx> Acessado em: 24/05/2014.
Natural e Pigments. Brown Ochre Goethite. Disponível em:< http://www.naturalpigments.com/brown-ochre-goethite.html> Acessado em: 24/05/2014.
MENDES, Yara. Pigmentos Óxidos de Ferro. Disponível em:<
http://www.triplicecor.com.br/corantes/tag/corante-ocre/> Acessado em: 24/05/2014.
Hematita. Disponível em:http://pt.swewe.com/word_show.htm/?82505_1&Hematita Acessado em: 24/05/2014.

sábado, 17 de maio de 2014

A origem das cores

Para explicar sobre cores, devemos relacionar este conteúdo com as matérias de Física. Dentro dela, desenvolveu-se um ramo especialmente para o estudo de Óptica, onde analisa os fenômenos relacionados à luz e à visão, incluindo também o desenho dos instrumentos ópticos.
Para enxergarmos as cores, nossa visão é fundamental. Pois em nossa retina temos duas células (cones e bastonetes) que transmitem sinais ao nosso cérebro, gerando assim, nossa visão.
            Quando um feixe de luz incide sobre estas células, transmite uma impressão ao sistema nervoso central, o que faz com que possamos diferenciar os objetos do espaço com grande precisão.
Os cones são ativados quando a presença da luz for intensa (como a luz do dia), sendo assim, sensíveis à cor. Os bastonetes atuam quando a iluminação é menos intensa (períodos noturnos), sendo menos sensíveis à cor.
            A luz é produzida por corpos que estão com alta temperatura (como o filamento de uma lâmpada) e pela reorganização dos elétrons em átomos e moléculas.
Esta luz  é uma oscilação e se propaga no vácuo com uma variação no tempo (chamada de frequência).
As frequências são responsáveis por determinar as cores para a luz, a faixa de cores é chamada de espectro de luz visível.
            Cada pessoa possui um limite diferente para esta faixa, mas se limitam entre 350 nm até 700 nm dos comprimentos de ondas para a luz visível.

 Espectro Visível (escala em comprimento de onda). Fonte: Infoescola.

Para melhor definir o início e o fim de cada coloração, observe a tabela abaixo:

Cor
Comprimento de onda (nm)
Violeta
380 a 440
Azul
440 a 485
Ciano
485 a 500
Verde
500 a 565
Amarelo
565 a 590
Laranja
590 a 625
Vermelho
625 a 740
Escala em comprimento de onda da luz visível. Fonte: Infoescola.
            Ao recebermos raios de luz de diferentes frequências podemos perceber cores diferentes destas, como combinações. Como podemos observar no espectro não há as cores branco e preto, pois a luz branca que percebemos vinda do Sol, por exemplo, é a combinação de todas as sete cores do espectro visível. Já o preto, é a ausência de luz, desta forma preto e branco não são considerados cores e sim características da luz.

Referências:
CAVALHEIRO, Carlos Alexandre.  Espectro Visível. Disponível em:< http://www.infoescola.com/fisica/espectro-visivel/ > Acessado em: 16/05/2014.
CONTI, Fátima. Cores. Disponível em: < http://www.cultura.ufpa.br/dicas/htm/htm-cor4.htm> Acessado em: 16/05/2014.

SILVA, Domiciano Correa Marques da. Luz Visível. Disponível em: Acessado em: 16/05/2014.

Virtuous, Grupo. Cor e frequência. Disponível em: <
http://www.sofisica.com.br/conteudos/Otica/Refracaodaluz/cor_e_frequencia.php>  Acessado em: 15/05/2014.


domingo, 4 de maio de 2014

Por que os fogos de artifício explodem em diferentes cores?

Fogos em diferentes cores
Diferentes cores de fogos. Fonte: Brasil Escola.

Os fogos de artifício enfeitam os céus no mundo inteiro em datas comemorativas e principalmente na virada do ano.            
Ao explodirem apresentam diferentes formatos e cores, tudo isso depende dos compostos utilizados e a disposição em seu interior.
            Os foguetes são formados por um cartucho de papel cilíndrico contendo uma carga explosiva.  Este cilindro é chamado de concha e sua carga é chamada de propelente, responsável por disparar os fogos.
O propelente mais utilizado é a pólvora negra, uma mistura de carvão, nitrato de potássio e enxofre. Em alguns casos, o alumínio substitui ou é adicionado ao carvão, com objetivo de dar mais brilho a explosão.
            Além da pólvora negra, dentro do cilindro são adicionadas pequenas esferas chamadas de estrelas que contem quatro diferentes ingredientes: oxidante, combustível, aglutinante e um composto metálico.
O oxidante mais utilizado é o nitrato de potássio, o combustível é uma mistura de carvão e enxofre, o aglutinante serve para manter a mistura unida e pode ser amido ou açúcar e o composto metálico é usado para dar cor. Assim estes quatro ingredientes são responsáveis pela cor, luz e som dos fogos de artifício.
            Quando ocorre a explosão, o combustível e o agente oxidante reagem de forma violenta, o que libera calor intenso e materiais em fase gasosa. A expansão repentina destes materiais gasosos cria uma onda de choque que gera o som de uma explosão, seu brilho e colorido.
            Para que a explosão dos fogos de artifício gere um aluz colorida, sais de alguns compostos são adicionados à mistura da estrela.
            Os compostos ao serem aquecidos emitem radiação, sendo observada a diferença de cores. Considerando por exemplo, que fornecemos energia a um átomo de alumínio (13Al) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1, seu elétron mais externo 3p1   recebe esta energia e salta para uma órbita externa, neste caso 3d, indicando que ocorreu a excitação eletrônica.
E quando está neste estado ele tende de voltar ao este estado original, liberando energia na forma de radiação (luz) característica prateada.
            Compostos são adicionados para gerar explosões em diferentes cores, algumas delas são:
Amarelo: ao aquecer sais de sódio.
Azul: gerado no aquecimento do sal de cobre.
Dourado: esta coloração é liberada com a mistura de ferro.
Laranja: cor característica dos sais de cálcio.
Prata ou Branco: na queima de pó de titânio, de alumínio ou magnésio é produzido à chamada “chuva de Prata”.
Púrpura: é observado com a queima do  potássio.
Verde: é obtido com a queima de sais de bário.
Vermelho: normalmente obtido com sais de estrôncio ou de lítio.

Dicas:
Para saber mais informações sobre Origem, Classificação e Legislação,
Acesse o site: FOGOS DE ARTIFÍCIO

Disponível em: http://fogos-de-artificio.info/

Referências:
A química das coisas. A Química do Fogo de Artifício. Apresenta vários vídeos sobre curiosidade em química feito pelo projeto da Universidade de Aveiro, Santiago.
Disponível em:< http://www.aquimicadascoisas.org/?episodio=a-qu%C3%ADmica-do-fogo-de-artif%C3%ADcio>. Acessado em: 03 mai.2014.

BRAIN, Marshall. Como funcionam os fogos de artifício. Disponível em:< http://pessoas.hsw.uol.com.br/fogos-de-artificio.htm> Acessado em: 02 mai.2014.

DA SILVA, André Luis Silva. Teste da Chama. Disponível em:< http://www.infoescola.com/quimica/teste-da-chama/>. Acessado em: 02 mai.2014.

ALVES, Líria. Química presente nos fogos de artifício. Disponível em:< http://www.brasilescola.com/quimica/quimica-presente-nos-fogos-artificio.htm>. Acessado em: 02 mai.2014.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Por que criar este blog?

Este blog é utilizado como ferramenta tecnológica , servindo como avaliação da disciplina de Didática e Metodologia de Ensino II (DME- 2001) do curso de Licenciatura em Química da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).